O ex-jogador do Torino e atual atacante do Benfica, Andrea Belotti, compartilha suas reflexões profundas sobre a cerimônia anual em Superga. Durante seu tempo como capitão do clube italiano, ele teve o papel emocionalmente intenso de ler os nomes das vítimas da tragédia de 1949. Este evento tem um impacto duradouro na memória coletiva do clube e dos torcedores. Belotti expressa como essa experiência moldou sua conexão com o Torino e influenciou sua percepção do vínculo entre os clubes português e italiano.

A Cerimônia Solene: Um Momento de Reflexão Profunda

Belotti descreve a cerimônia de Superga como uma ocasião que toca diretamente ao âmago de todos os envolvidos. Ele enfatiza a importância simbólica deste lugar para o Torino, onde as emoções se misturam com a história trágica do clube. O jogador destaca que a leitura dos nomes dos falecidos é um dever honroso e simultaneamente angustiante, representando um momento crucial na vida do clube.

Superga é descrito por Belotti como um local sagrado e mágico, apesar da tristeza associada à catástrofe. Cada ano, no dia 4 de maio, o estádio se transforma em um espaço de memória e tributo. A atmosfera durante a cerimônia é marcada por um silêncio reverente e solidariedade coletiva. Belotti relata que a primeira vez que leu os nomes das vítimas foi uma experiência intensa e inesquecível. Ele recorda sentir a presença de cada pessoa mencionada, como se estivessem ali, testemunhando aquele instante solene. Esta tarefa, embora difícil, fortaleceu sua conexão emocional com o clube e com a história que ele representa.

Um Vínculo Íntimo entre Dois Clubes Históricos

O jogador também explora a relação especial entre o Benfica e o Torino, destacando como ela evoluiu após a tragédia. Ele reconhece a importância histórica do encontro entre os dois times em 1949 e como isso criou laços indeléveis. Belotti salienta que esta ligação não apenas une os clubes, mas também seus torcedores, através de momentos de lembrança e celebração.

A relação entre os dois clubes tornou-se ainda mais significativa após o desastre de Superga. Desde então, visitas regulares à basílica em homenagem aos mortos se tornaram parte integrante das viagens do Benfica à Itália. Belotti explica que este conhecimento histórico aumenta sua apreciação pela herança compartilhada. Ao se juntar ao Benfica, ele trouxe consigo não apenas habilidades técnicas, mas também uma compreensão profunda do legado que liga esses dois gigantes do futebol. Para ele, estar presente em Superga significa mais do que apenas participar de uma cerimônia; é uma forma de honrar a memória daqueles que perderam suas vidas e celebrar a união entre duas comunidades apaixonadas pelo esporte.