O futsal português perdeu uma figura emblemática quando o FC Porto anunciou a morte do guarda-redes Alfredo Quintana. O atleta, que se tornou um dos rostos mais reconhecíveis do clube, colapsou durante um treino em fevereiro de 2021 e, apesar dos esforços médicos, não resistiu. Nascido em Havana, Cuba, Quintana chegou ao FC Porto há mais de uma década, destacando-se pela sua habilidade excepcional e personalidade cativante. Ele representou não só o clube azul e branco, mas também a seleção nacional portuguesa, conquistando títulos e corações ao longo do caminho. Este texto explora a vida e legado deste atleta extraordinário.
Nasceu na capital cubana, onde despertou para o amor pelo desporto através de várias modalidades como voleibol e beisebol. No entanto, foi no andebol que Quintana encontrou seu verdadeiro chamado. Inicialmente jogador do Industriales e da seleção nacional de Cuba, ele decidiu buscar novos horizontes na Europa. Com o apoio de seu pai, ex-internacional de voleibol, conseguiu sair de Cuba para seguir seu sonho. Em 2010, aos 21 anos, juntou-se ao FC Porto, marcando o início de uma jornada notável.
A transição para Portugal não foi fácil. Alguns céticos questionaram a escolha de um guarda-redes estrangeiro, especialmente alguém com origem cubana. No entanto, Quintana rapidamente silenciou os críticos com suas performances impressionantes dentro e fora das quatro linhas. Sua dedicação e talento natural logo conquistaram os torcedores e colegas de equipe. Além disso, sua integração na comunidade local foi facilitada por um espírito aberto e genuíno carisma. Três anos após chegar ao país, ele adquiriu a cidadania portuguesa e passou a defender as cores nacionais.
Quintana acumulou numerosas conquistas durante sua estadia no FC Porto, incluindo seis campeonatos nacionais, duas Supertaças e uma Taça de Portugal. Sua presença em campo era inegável; a Federação Europeia de Andebol o apelidou de "O Polvo Português" após um desempenho memorável no Campeonato Europeu. Além disso, ele participou de 67 jogos pela seleção portuguesa, contribuindo significativamente para a ascensão da equipe no cenário internacional. Mesmo nos momentos finais de sua carreira, Quintana continuava a demonstrar paixão e comprometimento, marcando até mesmo gols cruciais para o time.
A partida prematura de Alfredo Quintana deixou uma lacuna indelével no mundo do andebol português. Seu número 1 foi oficialmente retirado pelo clube, garantindo que sua memória seja preservada para sempre. Quintana não apenas brilhou como atleta, mas também inspirou muitos através de sua resiliência e determinação. Embora tenha partido cedo demais, seu espírito continua vivo no coração dos adeptos e companheiros de equipa. Hoje, recordamos não apenas suas conquistas, mas também a pessoa incrível que ele era - um verdadeiro guerreiro cuja luta nunca cessou até o último momento.